Superstições assombram as borboletas desde a Antigüidade. Para os egípcios, quando uma pessoa morria, seu espírito deixava o corpo sob a forma de borboleta. A crença viajou até Roma, passando pela Grécia, onde a palavra psiké, a psique, servia ao mesmo tempo para a alma, o espírito e a borboleta.
Sob a ótica popular, no Brasil, esses insetos da ordem Lepidoptera, superfamília Papilionoidea, são mensageiros de boas ou de más notícias, dependendo da cor — possivelmente porque os supersticiosos consideram agourentas as noturnas, escuras, que pertencem a outra superfamília.
Não foram bruxarias, porém, que tornaram as borboletas-de-praia, ou Parides ascanius, quase extintas. Foram os portos de areia, as drenagens e a construção de prédios nas restingas pantanosas entre o litoral de Campos e a baía de Sepetiba, no Rio, seu habitat preferencial. Assim, destruiu-se boa parte da Aristolochia macroura, trepadeira da qual as larvas da espécie dependem para se alimentar; também em outros pontos do litoral brasileiro, onde viviam, as borboletas foram sendo extintas.
A exigência de uma planta única não é característica apenas da borboleta-de-praia; a maioria das Papilionoideae se alimenta de uma só espécie vegetal. Trata-se de um processo evolutivo, que minimiza a competição pelo alimento: cada espécie de inseto se utiliza de uma planta diferente. É também uma estratégia chamada co-evolução, pois cada planta possui substâncias tóxicas para a maioria dos insetos; porém alguns a digerem sem problemas e usam as toxinas para afastar predadores. No caso, a trepadeira Aristolochia torna a lagarta da Parides ascanius um bicho muito amargo para os predadores, em geral pássaros. Por aprendizado — experimentam e acham abomináveis — as aves reconhecem a lagarta pelas cores e passam a evitar outras iguais.
fonte: escola ativa livro aluno v3
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