Nascido no dia 15 de setembro de 1933 em Dores da
Boa Esperança, uma pequena cidade do sul do estado de Minas Gerais, Rubem
Alves, educado no seio de uma família protestante, muito cedo teve de se
confrontar com a sua diferença. O destino inscrito na sua diferença leva-o, depois
do Ginásio, a estudar teologia no seminário Presbiteriano do Sul, um dos mais
conhecidos seminários evangélicos da América Latina.
Pedagogo, poeta e filósofo de todas as horas,
cronista do cotidiano, contador de estórias, ensaísta, teólogo, acadêmico,
autor de livros para crianças, psicanalista, Rubem Alves é um dos intelectuais
mais famosos e respeitados do Brasil.
Concluído o seminário, torna-se pastor de uma
comunidade presbiteriana no interior de Minas e casa com Lídia Nopper, com quem
teve três filhos, Sérgio, Marcos e Raquel. Depressa, porém, o pastor tomou
consciência de que a sua ousadia evangélica o levava para terrenos difíceis.
"Eu achava que religião não era para garantir o céu, depois da morte, mas para tornar esse mundo melhor, enquanto estamos vivos. Claro que minhas ideias foram recebidas com desconfiança..."
Em 1963, viaja para Nova York para fazer uma pós-graduação. É aí que o Golpe Militar de 31 de março de 1964 o surpreende, nas vésperas de conclusão do mestrado. Defendida a tese ("A theological interpretation of the meaning of the Revolution in Brazil"), regressa à sua paróquia, em Lavras, onde deixara mulher e filhos.
Neste período viveu sob o medo intenso da Ditadura
Militar. Acusado de ser subversivo, foi listado injustamente entre pastores
procurados pelos militares. Era o preço de pensar de forma não ortodoxa. Viveu
o cansaço da tensão.
O exílio dura até 1968. Doutorado, volta ao Brasil
para se despedir da Igreja Presbiteriana e experimentar o desemprego. Em 1969,
uma Faculdade do interior (a Faculdade de Filosofia de Rio Claro) acolhe-o. Aí
permaneceu até 1974, ano em que finalmente ingressa no Instituto de Filosofia
da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), onde fez a maior parte da sua
carreira acadêmica até se aposentar nos primórdios da década de 1990.
Autor de uma vastíssima obra (a sua bibliografia
conta já mais de 120 títulos), Rubem Alves é um dos escritores mais célebres da
língua portuguesa.
Em 1984 iniciou o curso para formação em
Psicanálise. Teve sua clínica até 2004. Seu contato com os pacientes
incrementou seu conteúdo que, transformados em palavras, compuseram diversas de
suas crônicas sobre o cotidiano.
Dos vários livros que Rubem Alves publicou, vale a pena destacar “O que é religião”? (filosofia e religião), “A volta do pássaro encantado”, “O patinho que não aprendeu a voar” (livro infantil) “Variações sobre a vida e a morte” (teologia) e “Filosofia da Ciência” (filosofia e conhecimento científico).
"Eu não tenho medo
de morrer... Só tenho pena. A vida é tão boa..." (Rubem Alves)
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